O Menino Deus de Dourado

Marcelo Dourado , Professor de Educação Física, ex-morador da Visconde do Herval e vencedor do BBB 10.

Fonte: CONHEÇA SEU VIZINHO / MARCELO DOURADO

Quem nunca veio a Porto Alegre ou conhece pouco a cidade deve ter estranhado a insistência do campeão do Big Brother Brasil 10, Marcelo Dourado, em relembrar, em declarações e entrevistas, sua identificação com o bairro onde passou a maior parte de sua vida – o Menino Deus.
A paixão pela região ficou ainda mais evidente quando o professor de Educação Física atendeu ao telefone e soube que Zero Hora dedicava um jornal somente para o bairro. Dourado aceitou na hora o convite para participar da seção Conheça seu Vizinho, mesmo em meio a uma agenda lotada de entrevistas e compromissos em sua passagem pelo Estado.
No final da semana passada, o lutador, que morou na Rua Visconde do Herval até os 32 anos (hoje ele tem 37 anos), guiou a reportagem até o Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete), na Gonçalves Dias, onde começou os treinos de judô e kempo na infância. Dourado escolheu ser fotografado no local, hoje em péssimo estado, como forma de chamar a atenção para um espaço que considera fundamental para a sua formação e que poderia estar fazendo o mesmo para as novas gerações. Além disso, o campeão do BBB é colorado, e o bairro sempre garantiu a proximidade com o Estádio Beira-Rio.

Conheça, no questionário ao lado, um pouco mais da relação de Dourado com o Menino Deus.

ZH Menino Deus – Como você definiria a região, em uma palavra?
Marcelo Dourado – O melhor bairro do mundo.
ZH – Qual a rua mais charmosa?
Dourado – A Avenida Getúlio Vargas. Acho a Getúlio demais.
ZH – Qual sua lembrança mais remota sobre o bairro desde que mora aqui?
Dourado – Eu era muito pequeno e vinha para a casa da minha bisavó, que era ali na frente do Eucaliptos. Minhas primeiras memórias com o bairro são junto às primeiras memórias da minha vida. Minhas primeiras memórias são do Menino Deus.
ZH – Como é o vizinho ideal?
Dourado – Aquele que não reclame de barulho, de bagunça.
ZH – O que mudaria no bairro?
Dourado – Revitalizaria o Cete. Seria a primeira coisa, pois está abandonado.
ZH – O que nunca mudaria?
Dourado – O resto todo.
ZH – Escolha uma trilha musical para a região.
Dourado – Nossa. Boa essa, hein? Não posso errar. Mighty Long Way, do Fishbone, que é muito boa. E Hope I Never Lose My Wallet, do Mighty Bosstones. Marcaram muito a minha vida no bairro e têm a ver com amizade.
ZH – Uma frase para os vizinhos.
Dourado – Saudade deles todos, do tempo em que eu andava pelo bairro.
ZH – Como Porto Alegre seria sem o seu bairro?
Dourado – Não ia ser a mesma. O Menino Deus é o charme da cidade.
ZH – Uma história com o bairro.
Dourado – Nossa! Várias. Minha vida toda é no bairro. Teria que escrever um livro para contar tudo o que aconteceu. Acho que a principal história é a minha formação como lutador, dentro do Cete. Foi muito marcante. Não mudou só a minha vida, como a de muitas pessoas, amigos meus, que hoje são lutadores, médicos, advogados, pessoas bem-sucedidas e que começaram no judô aqui. Foi uma escola muito grande, uma história de conhecimento, de valores.

VÍDEO DA ENTREVISTA

As dicas sobre o bairro

Um recanto escondido: “Praça Israel. Gosto muito dali. Ficava conversando com meus amigos depois dos treinos. Gosto muito do Marinha também.”

Um restaurante: “O cachorro-quente do Élio.”

Um detalhe para observar: “A convivência entre as pessoas. É muito legal. Parece uma cidade do Interior dentro de Porto Alegre. E é legal por causa disso. Todo mundo se conhece, desde pequeno.”

Um lugar para caminhar: “O bairro todo. É um bairro feito para caminhar.”