Matéria bacana de Nina Lemos sobre Maria e Daniel

Nina Lemos arrasou nesse texto e estou postando pra vocês.

Nina Lemos: Maria e Daniel são antídoto contra caretice

NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA

"Na final vão estar eu, você e um copo de vodca." A frase de Daniel no "BBB" foi dita em tom de brincadeira para sua melhor amiga: Maria. E tem tudo para virar verdade (coisa que, pelo jeito, nem eles sabem). Os dois são os participantes mais populares do programa. E estão longe de se enquadrar nos padrões "caretas" de gente sarada e "alegre" que lotava o reality em seus primeiros dias.

A tradicional família brasileira, pelo jeito, não é mais tão conservadora assim. Prova: o público caiu de amores pela dupla que causa durante as madrugadas e vive intensamente, de maneira nada usual ou dentro do script. E colocou para fora os machos arrogantes que imaginavam um paredão só de gente forte e "linda" como eles.

O conteúdo ganhou da bunda. Mas, mais que isso. Todos nós superamos preconceitos. Dava para imaginar que o publico iria cair de amores por Daniel, um pernambucano gay que adora uma cachaça e dá vexame bêbado? E que Maria uma mulher a beira de um ataque de nervos, "vulgar", que ficou com dois homens no programa e correu sem calcinha para atacar um deles iria driblar o moralismo e conquistar nossa simpatia?

Não. Mas faz sentido. Os dois são humanos. E muito. E não escondem isso de ninguém. Impossível não se identificar com eles. Sim, todos nós choramos, damos barraco e nos sentimos meio um lixo. Assim como Daniel. E assim como Maria.

Autoestima alta. Está aí. Uma coisa que nenhum dos dois têm. Daniel entra em desespero cada vez que vai para o paredão, tendo certeza de que "chegou a sua vez". Ele tem medo, ele sofre, ele se acha descartável. A gente também se sente assim. E Maria, bem, ela conseguiu a proeza de se apaixonar de verdade em um "BBB" e tomar um pé na bunda. E de sofrer por amor e se humilhar cercada de câmeras 24 horas. Nada mais humano.

Todos somos meio Maria e meio Daniel. Por isso, somos capazes de superar nossos próprios moralismos. Maria, quando entrou no programa, tinha fama de burra (e ela não é mesmo uma intelectual, longe disso). E boatos diziam que ela era garota de programa fora da casa. Quem se importa? Hoje, ninguém. Sua simpatia nos conquistou. Pronto.

E Daniel, longe de ser gato e sarado, virou o melhor amigo gay dos telespectadores do programa.. Afinal, ele é engraçado (mas completamente longe do estereotipo do gay caricato). E fiel. E bom amigo. Depois de beber, se acaba de chorar de saudades de ex namorados e da mãe. Talvez algumas pessoas tenham diminuído seu preconceito ao vê-lo no programa. Assim como conseguimos deixar de julgar uma moça "vulgar' porque nos apegamos à loucura (muito humana) de Maria.

A dupla "lesada", que nem sabe jogar direito, que chora, cai de bêbado virou um antídoto contra nossos preconceitos. Quem diria? (Fonte: Folha Ilustrada)

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3 comentários:

  1. Lindo esse texto, gostei muito. Adoro a dupla. Proporcionam momentos impagáveis.

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  2. nada como a pessoa mais generosa deste programa junto com a outra que tem medo de estar lá por roubo.para ganharem,mais ganharem pelo merecimento de terem sido gente leais aos seus pensamentos e sentimentos ,bons confusos ou ruins .mais completamente verdadeiros a eles mesmos.

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  3. Nossa fiquei verdadeiramente emocionada. Será porque o texto reflete exatamente o que sinto ao acompanhar Maria e Daniel no programa?? Sim.eles fazem identificar-me com eles. Tbm sou um pouco assim. Tbm sou um pouco como o público que os assiste e as vezes os julga. Tenho um primo que ´gay, e todos amamos. Tenho uma tia que é como diziam antigamente "mulher da vida",mas nós apenas a chamamos de tia,pois a nós não incomoda as escolhas dela, mas sim a tiazona que ela é.Assim é a vida,sempre devemos antes olhar para nós mesmos verdadeiramente e depois se for realmente necessário tecer algum julgamento sobre o outro. Claro que lá, eles estão para serem observados, mas não julgados de maneira hipócrita, como se nós fossemos seres perfeitos e imaculados. Nossa todo esse blá,blá,blá, para dizer que AMEI.

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