Estréia da Coluna de Marcelo Dourado no Jiu-Jitsu Total

Marcelo Dourado estréia coluna no Jiu-Jitsu Total.

Veja matéria escrita por ele.

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Os novos rumos do MMA

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Acompanho os principais campeonatos televisionados pelos canais de tv a cabo, acompanho via internet e ao vivo, atuando como árbitro, manager ou com a minha visão do atleta, de lutador.
Vejo atualmente um enorme esforço dos setores que cercam o MMA. Lutadores, treinadores, preparadores físicos, managers, promoters e imprensa impulsionam o sucesso e aumentam o alcance que o Ultimate e outros eventos vem repercutindo, na esperança, quase religiosa que as coisas vão mudar. Esperam que investimentos sejam feitos, estruturas melhorem, planos de saúde, seguro, bolsas dignas e eventos com renome e projeção aconteçam com a vinda messiânica de Dana White e seu circo milionário.
É o que esperamos, não é mesmo? Reconhecimento, quebrar paradigmas, sermos valorizados como profissionais.  Pois bem, assim como a olimpíada, não vejo melhora na estrutura de nada.
Não existe projetos de MMA nas comunidades, em centros desportivos (aí não vejo nada mesmo, nem de esporte, nem de nada!).
As bolsas pagas, na maioria dos casos, por uma questão de mercado e outras burocracias, são uma mixaria que não paga, veja bem, a conta de uma cirurgia de reconstrução dentária simples. Quem luta lá no cage, tem que sustentar a família. Trabalhar como segurança, professor, moto boy, pois os prêmios nem de longe se pode contar.
Caso se machuque no treino ou na competição, o lutador não poderá trabalhar, pois, assim como a maioria dos trabalhadores brasileiros assalariados, não possuem nem seguro de saúde, sendo sócios do SUS e sujeitos a “tratamento vip” dispensado nesses lugares.
As empresas que investem nos eventos, são guerreiras e acreditam na luta, mas, não conseguimos atrair atenção e quebrar o preconceito de grandes empresas.
Esse mesmo preconceito não é exclusividade nossa, em Nova York políticos locais não toleram eventos de MMA com remuneração. Forçando assim, atletas lutarem em eventos amadores, mas diferente daqui, eles tem diferentes formas de apoio, saúde, alimentação, carteira assinada e até aposentadoria, em esportes como o Tele Catch, tipo WWE.
Nos baseamos e espelhamos em atletas de ponta, que já estão no topo da carreira e atraem investimentos como ímãs. Lutaram e muito, sem ajuda, sem plano de carreira ou bolsas dignas, até se firmarem e se tornarem campeões.
Igual ao que ocorre no futebol, uma pequena parcela, menos de 7% ganham dinheiro bom e projeção de resto, somos operários de uma grande factory, sem direitos trabalhistas ou garantias que vão muito longe. Em alguns casos, equipes e atletas chegaram a pagar para ingressar numa competição, na esperança de projeção internacional.
Cada um no seu "corre", não estou discutindo isso, mas a valorização só vai ocorrer se os lutadores se valorizarem. Isso passa por uma organização de classe, mostrando projetos inclusivos, bons exemplos e assessorias para que, no mínimo, não deixem os atletas darem entrevista de protetor na boca. “euf feriaf afgradfer a vima efquife vlwfff.”
O dono do UFC afirmou que, para ter menos chances de erros de arbitragem, vão aumentar o tempo de luta, no card principal,de 3 para 5 rounds,de 5 minutos. Diz também que vão melhorar e deixar menos dúvidas. Ridículo. Eles vão é aumentar as chances de quem é bem preparado, tem boa organização e estrutura. Os amarrões bombados dos EUA vão adorar, lutar por mais 2 round com os brasileiros desorganizados e desamparados. Somos guerreiros, raçudos, mas não devemos ser burros. Como profissional de educação física e lutador, calculo que para cada round de 5 minutos lutados num evento, o atleta nescessita de 1 hora e meia de preparação diária. Com 5 rounds, fica perto de 6-7 horas, entre específico, luta, preparação, alongamento, preparo mental e esporte paralelo.
Quem vai ter mais condições? Nós ou eles? O general Custer organizado ou os índios valentes?
Na moral, tô preocupado..."

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Por Marcelo Dourado, em 14/06/2011

Fonte: Jiu-Jitsu Total

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barrinha_verde

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